Relatório de Atividades 2020

O ADE Granfpolis

O ADE Granfpolis

O que são Arranjos de Desenvolvimento da Educação?

Para atuar de forma colaborativa, os municípios podem se organizar por meio de Arranjos de Desenvolvimento da Educação, um mecanismo de trabalho em rede que preconiza a atuação coletiva de municípios geograficamente próximos. Trata-se de um modelo homologado pelo MEC, de atuação flexível e pouco burocrático; os municípios participantes formalizam sua atuação conjunta por meio de um documento assinado por todos, sem a necessidade de constituir pessoa jurídica, e trabalham a partir da construção de um diagnóstico territorial e do estabelecimento de objetivos comuns, que façam sentido a todos os participantes envolvidos.

O Arranjo de Desenvolvimento da Educação da Granfpolis, apoiado diretamente pelo Instituto Positivo, reúne 21 municípios que fazem parte da Associação de Municípios da Grande Florianópolis, e tem por objetivo superar, de forma colaborativa, os desafios mais impactantes para o resultado da aprendizagem dos alunos, a fim de alcançar mais qualidade e equidade para a Educação municipal do território.

Integram o ADE os municípios de Águas Mornas, Alfredo Wagner, Angelina, Anitápolis, Antônio Carlos, Biguaçu, Canelinha, Florianópolis, Garopaba, Leoberto Leal, Major Gercino, Nova Trento, Palhoça, Paulo Lopes, Rancho Queimado, Santo Amaro da Imperatriz, São Bonifácio, São João Batista, São José, São Pedro de Alcântara e Tijucas.

Ações de destaque em 2020:

1. BI do ADE Granfpolis

O início das atividades deste ano de 2020, no ADE Granfpolis, foi marcado pela implantação de uma nova ferramenta de suporte para tomada de decisões a partir de dados: o BI ADE Granfpolis. Trata-se de um sistema de gestão de dados que tem por objetivo sistematizar e cruzar indicadores educacionais dos 21 municípios integrantes do ADE, e assim promover uma visualização mais clara dos dados municipais e regionais.

O lançamento ocorreu dia 18 de fevereiro, na sede da Associação de Municípios da Grande Florianópolis – Granfpolis, quando foi promovido o treinamento dos membros do Arranjo. A intenção é iniciar a cultura da análise de dados concretos para tomada de decisão na região.

Para 2021 está previsto um novo momento de apresentação e treinamento para utilização desta ferramenta aos novos secretários municipais de Educação que integrarão o grupo devido às mudanças ocorridas após a transição política.

2. Vamos fazer esta conta juntos?

Em 2018 e 2019, o programa ADE Granfpolis desenvolveu o projeto “Vamos Fazer esta Conta Juntos?”, com o objetivo de contribuir com a análise de indicadores financeiros e educacionais e na tomada de decisão quanto à organização orçamentária, favorecendo o cumprimento das metas e estratégias previstas no Plano Municipal de Educação e assim fortalecendo os processos internos das secretarias de Educação. Vinte, dos 21 municípios envolvidos no ADE, aderiram ao projeto.

Durante o ano de 2019, foram analisados os dados de cada um dos municípios e, na sequência, realizadas devolutivas presenciais e individuais, contando com recomendações e um caderno de indicadores para cada município.

Em março de 2020, o projeto chegou em sua fase final. Ao lado da Associação de Municípios da Granfpolis, o Instituto Positivo aplicou uma pesquisa para verificação do impacto gerado pelo projeto, além de visitas aos municípios e entrevistas com dirigentes municipais de Educação.

16 dos 20 municípios envolvidos endereçaram e concretizaram ações debatidas durante o projeto.

Entre os destaques podem ser ressaltadas as seguintes iniciativas:

  • Construção e aprovação da Lei de Piso Salarial do Magistério;
  • Aprovação do Plano de Carreira para o Magistério;
  • Aproximação dos DMEs com contadores;
  • Revisão do processo seletivo da educação infantil e lançamento de edital;
  • Aprovação de novos cargos dentro da SME;
  • Aprovação de uma nova avaliação externa para o município;
  • Intensificação na participação do PNAE – utilização de produtos da agricultura familiar dentro das escolas;
  • Criação de grupos internos para estudos do SAEB e encaminhamentos práticos;
  • Fortalecimento da gestão pedagógica, como por exemplo: avaliações aos alunos, devolutivas individuais aos professores, construção de planos estratégicos com base nas fragilidades identificadas e criação de relatórios de feedback por turma.

As melhores práticas identificadas durante o projeto foram apresentadas, de forma colaborativa, em formato de workshop para todos os participantes do ADE.

3. Campanha de sensibilização de pais

No contexto da pandemia, uma das áreas que mais teve que se adaptar foi a Educação. Acostumados a sair de casa todos os dias para encontrar os amigos e professores e realizar atividades escolares, milhares de alunos passaram a estudar em casa. Os professores, que sempre estiveram nas salas de aula, começaram a interagir pela tela, por meio de áudio e atividades impressas. E os pais, em suas casas, se esforçaram muito para ajudar na realização das atividades.

Para contribuir com este novo modelo de aprendizagem, estar mais próximo das famílias e estimular a continuidade do trabalho educacional em casa, o ADE Granfpolis lançou, por meio da parceria com a Associação dos Municípios da Região da Grande Florianópolis, o Colegiado de Gestão em Educação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí (CoGemfri) e o Instituto Positivo, uma campanha regional que incentivou as famílias para as atividades não presenciais.

A campanha buscou atingir mais de 94 mil estudantes das redes municipais de Educação da região da Granfpolis e suas famílias. As peças, criadas pela Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí, foram utilizadas nas escolas e secretarias municipais de Educação do território.

A ação convidou as famílias a compartilharem fotos dos afazeres educacionais, sendo esta uma forma de mostrar para outras famílias que muitos estão neste movimento de estudo com seus filhos.

4. Jornada de Professores

Com o objetivo de contribuir com o fortalecimento dos professores para o retorno das aulas presenciais, o programa ADE Granfpolis criou o projeto Jornada de Professores. A iniciativa tem foco principal nos professores de 1º, 2º e 3º anos, considerando especialmente o período de alfabetização escolar, e acontece por meio de encontros on-line com exposições e reflexões conduzidas por uma especialista na área de alfabetização.

Por meio de uma pesquisa, os secretários de Educação e os professores expuseram suas preocupações e angústias em relação à escolarização das crianças no contexto da pandemia, informações que foram consideradas no itinerário formativo:

Encontros 1 e 2: a retomada do processo educativo e as especificidades do processo de alfabetização;

Encontro 3: as atividades complementares como estratégias metodológicas do percurso educativo;

Encontro 4: a relação entre objetivos de aprendizagem e avaliação no planejamento dos alfabetizadores;

Encontro 5: discussões em torno das colocações e dos questionamentos surgidos a partir dos encontros anteriores.

“A formação continuada é um processo fundamental para os educadores, dada a complexidade do trabalho pedagógico, que lida diretamente com o desenvolvimento de seres humanos. Desse modo, as reflexões de caráter filosófico e teórico-metodológico se colocam como importantes subsídios para as elaborações docentes, de maneira a contribuir com os alfabetizadores naquilo que é sua responsabilidade, a garantia da aprendizagem das crianças.”Professora Dra. Amanda Machado Chraim – responsável pela condução dos encontros
  • 300 participantes;
  • 22 encontros em 2020;
  • 18 municípios envolvidos;
  • 94% dos participantes consideram positiva a proposta de trabalhar de forma colaborativa, em parceria com outros municípios;
  • 93% dos participantes ficaram satisfeitos com os encontros.

Com o objetivo de obter evidências e se aproximar do real impacto gerado pelo projeto Jornada de Professores, o Instituto Positivo aplicou uma pesquisa marco zero de percepção em julho de 2020, antes mesmo de iniciar os encontros da iniciativa. O objetivo foi entender qual era a visão dos participantes sobre o tema, antes da proposta. Em dezembro, foi aplicada uma nova pesquisa, que servirá como base para uma análise especializada, que vai observar quais ressignificações foram realizadas pelo grupo. As perguntas norteadoras são as seguintes: a) De que modo as atividades complementares à distância podem contribuir para o processo de alfabetização? b) O que deve necessariamente ser considerado para a retomada do processo de alfabetização? c) O que é alfabetização?

5. Soluções educacionais para alfabetização e correção de fluxo escolar:

Desde 2017, a parceria entre o Instituto Positivo, o ADE Granfpolis e o Instituto Ayrton Senna vem desenvolvendo no território a aplicação de soluções educacionais, que têm por objetivo principal reduzir a média geral de distorção idade-série, bem como fortalecer o processo de alfabetização nas escolas municipais. Em 2020, essas ações ganharam ainda mais força e maturidade, tendo como maior objetivo alcançar e fortalecer as metas 2 e 5, estabelecidas pelo Plano Nacional de Educação (PNE) e abordadas no Arranjo de Desenvolvimento da Educação do território.

Metas do Plano Nacional de Educação:

Meta 2: universalizar o ensino fundamental de 9 (nove) anos para toda a população de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos e garantir que pelo menos 95% (noventa e cinco por cento) dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até o último ano de vigência deste PNE.

Meta 5: alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º (terceiro) ano do ensino fundamental

No terceiro ano de implantação os projetos apresentaram a participação de 20 dos municípios que integram a Associação Granfpolis, sendo que inicialmente os projetos contavam com 15 municípios participantes. Tal integração mostra a força da atuação em cooperação, pois muitos municípios teriam dificuldades em implantar os projetos se estivessem atuando de forma isolada.

Nessa parceria, todo início de ano é realizado um diagnóstico pelas redes municipais com o objetivo de identificar quais programas deveriam ser implementados nesse mesmo ano, conforme a necessidade do município e sua capacidade de execução. Assim, a região consegue ter efetividade no objetivo proposto inicialmente.

As soluções aplicadas são:

Se Liga: Em um ano, alfabetiza alunos do 3º ao 5º ano do Ensino Fundamental que ainda não aprenderam a ler e a escrever e estão defasados nos estudos. A solução trabalha aspectos cognitivos e socioemocionais, dando grande ênfase ao desenvolvimento da autoestima e autogestão. Esses alunos saem de suas turmas regulares e passam o período de um ano em classes específicas, acompanhados por professor formado pelo Instituto Ayrton Senna em parceria com a Secretaria de Educação local.

Acelera Brasil: Enturmados em classes específicas durante um ano, os alunos com distorção idade-série matriculados do 3º ao 5º ano do Ensino Fundamental recebem os conhecimentos necessários para seguirem com sucesso sua trajetória escolar, podendo recuperar até dois anos perdidos em reprovação. Há um trabalho forte com competências socioemocionais para o desenvolvimento integral do aluno. Neste programa os alunos também saem de suas turmas regulares para turmas específicas do Acelera Brasil.

Gestão da Política de Alfabetização: A solução educacional visa promover a Educação integral dos alunos matriculados nos três primeiros anos do Ensino Fundamental e, assim, ampliar suas possibilidades de sucesso na continuidade da vida escolar. Para tanto, o programa focado nos gestores das secretarias oferece referenciais pedagógicos e ferramentas de gestão que auxiliam na construção de uma política pública de alfabetização, e orienta a incorporação de outros “letramentos”, como o científico e o corporal.

Fórmula da Vitória: Voltado para alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental que apresentam dificuldades de leitura, escrita e Matemática. Os alunos são avaliados e aqueles diagnosticados com dificuldades de aprendizagem em Língua Portuguesa ou Matemática continuam em suas turmas regulares e, no período oposto às suas aulas (contraturno), são enturmados em classes de até 25 alunos. A pedagogia da solução conecta o aprendizado à comunicação cotidiana do aluno. As atividades estimulam sua interação com a família e com a comunidade e despertam a curiosidade pelo estudo. A metodologia permite ao estudante avançar, do ponto em que está, para níveis mais elaborados de compreensão da Língua Portuguesa e do pensamento matemático.

Um dos suportes para a efetividade e a eficácia das soluções educacionais é o trabalho de profissionais da secretaria de Educação que estão diretamente ligados às soluções educacionais, chamados de mediadores e coordenadores. Mediadores realizam visitas semanais às salas de aula para orientações dos professores e reuniões de planejamento. Eles devem garantir a inserção mensal correta dos dados dos indicadores no sistema de informação (Panorama); Coordenadores fazem a articulação entre as várias instâncias da secretaria de Educação e são responsáveis pelo gerenciamento dos resultados das turmas e planejamento de intervenções, junto com os mediadores.

  • 3.129 alunos participantes das soluções educacionais em 2019;
  • 95% dos municípios do ADE Granfpolis estavam envolvidos;
  • 104 profissionais receberam formação específica sobre o projeto, totalizando 100 horas de formação inicial e 56 horas de formação continuada.

Foram realizados 4 encontros de formação continuada com as equipes pedagógicas e gestores escolares de diversos municípios, cujos temas discutidos foram:

  1. Educação Integral e Habilidades Socioemocionais;
  2. Educação Integral e Equidade;
  3. Educação Integral Infância e Juventude;
  4. Educação Integral e Formação de Professores;
  5. Educação Integral e Avaliação Formativa.

No projeto Se Liga, 100% dos alunos envolvidos em 2019 foram alfabetizados;

No projeto Acelera Brasil*, 100% dos alunos envolvidos em 2019 foram promovidos de série e 49% apresentaram salto (aceleração).

 

*A promoção acontece quando o aluno é “aprovado” e consegue, pelo menos, ir para o ano seguinte ao de origem dele. A aceleração (saltos), por sua vez, permite recuperar dois anos ou mais na trajetória escolar do aluno.

Gestão da Política de Alfabetização

Gráficos de evolução de resultados – 2019

*Dados extraídos do Sistema Panorama, do Instituto Ayrton Senna, inseridos por cada um dos municípios participantes
Legenda dos gráficos:
Nível de Português – Gestão da Alfabetização
Nível 1: o aluno não diferencia a escrita de outros sistemas de representação gráfica (letra diferente de desenho e de número);
Nível 2: reconhece e nomeia as letras do alfabeto (mesmo que não todas).;
Nível 3: escreve com correspondência sonora alfabética (relação fonema-grafema) ainda que com erros ortográficos; apresenta maior segurança na grafia de sílabas do tipo consoante/vogal, mas dificuldade nas chamadas sílabas complexas; redige o texto sem utilizar pontuação ou pontua empregando apenas letra maiúscula e ponto final.
Nível 4: além dos conhecimentos dos níveis anteriores, o aluno escreve com correspondência sonora alfabética e com ortografia regular; segmenta adequadamente o texto; pontua o texto adequadamente (mesmo que com algumas falhas)

6. Gestores Escolares em Movimento

O projeto Gestores Escolares em Movimento, criado em 2018, constitui-se em um espaço de diálogo e trocas de experiências dedicado exclusivamente para gestores e coordenadores pedagógicos de escolas municipais. O objetivo é promover trocas de experiências entre os participantes de diferentes municípios e assim contribuir para o fortalecimento desses profissionais.

No ano de 2020 ocorreram avanços e também adaptações. O formato inicialmente proposto para os encontros era presencial, mas por conta das recomendações de distanciamento social devido à pandemia da Covid-19, os encontros passaram para o formato virtual.

Para lançar este formato, os gestores receberam uma palestra virtual sobre bem-estar e felicidade, com o intuito de acolhê-los em meio a tantas adaptações, e também para apresentar a proposta e engajá-los a participar, mesmo que em novo formato. O encontro durou duas horas, teve uma média de 400 gestores e 99% de satisfação, conforme respondido em pesquisa realizada após o encontro.

“Nesse momento que estamos passando, um encontro assim nos faz rever as nossas necessidades, nosso ponto de vista em relação ao hoje e ao que queremos para nós no futuro. Obrigado!”Rogério Dutra Porto Alegre, diretor escolar do município de Palhoça.
“Nesse momento que estamos passando, um encontro assim nos faz rever as nossas necessidades, nosso ponto de vista em relação ao hoje e ao que queremos para nós no futuro. Obrigado!”Rogério Dutra Porto Alegre, diretor escolar do município de Palhoça.

As dimensões do projeto Gestores Escolares em Movimento seguem a proposta de estrutura da Gestão Escolar dos Indicadores de Qualidade em Educação, estrutura criada pela Ação Educativa, Unicef, PNUD e Inep/MEC (coord.).

Cada dimensão teve desdobramentos em temas relevantes para o dia a dia dos profissionais. Confira quais foram as dimensões abordadas em 2020:

Gestão Democrática: realizada em parceria com o Movimento Santa Catarina pela Educação em formato presencial;

Acesso, Permanência e Sucesso na escola: trouxe reflexões sobre os processos de acolhimento no retorno às atividades escolares presenciais e questões operacionais da avaliação da aprendizagem e documentação pedagógica, em formato virtual;

Em todos os encontros houve uma participação intensa; a média de participação ativa é de 349 pessoas, envolvendo 21 municípios.

“Os encontros do projeto Gestores Escolares em Movimento contribuíram muito para minha função de secretária de Educação do meu município, para minha formação profissional e para a formação de minha equipe de gestores escolares. Durante os encontros, estabelecemos parcerias, trocas de experiências e grandes amizades.  Nessa formação, tivemos um tratamento diferenciado, não só no que diz respeito aos conhecimentos adquiridos, mas também no atendimento próximo e personalizado. Senti-me apoiada sempre.”Rosângela Maria Leal Cordeiro – Secretária de Educação do município de Canelinha até 2020.

Para facilitar os encontros, o grupo de gestores foi dividido em duas turmas, organizadas em Educação Infantil e Ensino Fundamental para maior aproveitamento e aprofundamento do diálogo. A turma de gestores da Educação Infantil contou com uma média de 210 participantes e a turma de gestores do Ensino Fundamental, com uma média de 156 participantes.

O índice de satisfação é de 94%, sendo que 99% se sentiram estimulados a realizar trocas de conhecimentos e experiências com os pares, mesmo na versão on-line.

A carga horária total de todos os encontros realizados em 2020 é de 52 horas. Foram necessários 18 encontros on-line de duas horas cada e dois encontros presenciais de 8 horas cada, para atender à demanda dos municípios.

“Participar dos encontros do projeto Gestores Escolares em Movimento é entrar em sintonia com o mundo real de aprendizagem, abrindo leques de valores educativos. São encontros que valorizam os conhecimentos que já temos, adicionando a troca de experiências com pessoas de qualidades inesquecíveis, que tornam nossas capacidades insuperáveis e resultam em melhores aprendizados.”José Dalvo Borba, diretor escolar do município de Biguaçu

7. Comitê gestor do projeto Gestores Escolares em Movimento

Em junho, foi implantado o comitê gestor do projeto Gestores Escolares em Movimento. Trata-se de um grupo formado por profissionais efetivos das secretarias de Educação, que realizam a gestão e deliberação das demandas do projeto. É também uma estratégia de sustentabilidade, que visa à continuidade do projeto mesmo com possíveis mudanças que possam acontecer nos municípios ou nas parcerias do Arranjo.

A principal contribuição deste comitê no ano de 2020 foi com a organização da estrutura pedagógica dos encontros. Ao todo, foram quatro encontros virtuais para dialogar sobre essa pauta.

8. Colaboração Ativa

O projeto Colaboração Ativa foi criado como uma ação emergencial do ADE Granfpolis para atender às demandas dos gestores municipais de Educação do território e para o fortalecimento desses profissionais frente às mudanças na Educação ocasionadas pela pandemia da Covid-19.

Foi um espaço virtual para troca de experiências entre os municípios do território, assim como recebimento de orientações, diálogos e acolhimento mútuo, promovendo o fortalecimento dos profissionais e do grupo como um todo.

No primeiro semestre, a implantação deste projeto foi fundamental para fortalecer os secretários municipais de Educação, agentes que assumiram o protagonismo do projeto a partir do segundo semestre de 2020.

Em 2020, foram realizados sete encontros do projeto. As principais pautas foram a reorganização dos calendários escolares; a realização de atividades pedagógicas não presenciais; a legislação; orientações gerais para estruturar a rede de ensino para o período de suspensão de aulas; os posicionamentos do Conselho Nacional de Educação; e a definição pela construção do projeto Jornada de Professores, com o objetivo de apoiar os profissionais que atuam nos 1º, 2º e 3º anos.

9. Elaboração de Guia de Orientação de Saúde Mental e Atenção Psicossocial

Em uma ação colaborativa, o ADE Granfpolis e o ADE CoGemfri produziram um material bastante completo para atender famílias, estudantes, profissionais do magistério e servidores da educação, intitulado “Guia de Orientação – Desenvolvimento de Estratégias de Saúde Mental e Atenção Psicossocial em tempos e para além da pandemia de Covid – 19”.

O documento foi elaborado por profissionais das áreas da Pedagogia, Psicologia e Assistência Social dos dois territórios. A partir de dados dos próprios territórios, o grupo de trabalho buscou formas de auxiliar a gestão da escola para organizar processos de acolhimento no retorno às atividades presenciais, além de propor a qualificação do clima institucional a fim de que se possa minimizar os impactos da pandemia e permitir que todo o esforço laboral das escolas, em 2021, seja dedicado aos processos de ensino e de aprendizagem junto a mais de 200.000 estudantes de educação básica, matriculados nas escolas municipais dos dois territórios.

Após esse trabalho, o grupo entendeu ser este apenas o primeiro momento de um processo que precisará ser continuado, a fim de que profissionais, estudantes e familiares que integram as comunidades escolares sejam acolhidos em todas as suas necessidades, identificadas por fragilidades de ordem emocional, mental e social surgidas ou intensificadas durante a pandemia, no decorrer de 2020.